sábado, 15 de outubro de 2011

Cafona mesmo foi ontem

Dizem que a trilha sonora do amor é cafona. Pois que seja. A rádio sintonizada naquele quarto era uma cafonice. A sua respiração era cafona. Aquele frio era cafona. Quem se importa em ser cafona? Tudo que se sentia era o corpo quente, em uma penumbra verde e o seu rosto. Para que maquiagem? Cafona é o amor que se exalava, é o perfume da sua saliva, é o quadro dos seus olhos. Era meu mundo misturado com teu mundo. Era uma vontade de nunca se acabar. Era uma vontade de abraço, de beijo. Sem comida, sem água, sem banheiro. Sem calma, sem pressa! Suas pálpebras imóveis e meus lábios secos. Amor, com coração apertado, com coração acelerado, sem nada em mente, de tudo e todo ali. Com café e leite, por favor? Pois sou cafona. Somos cafonas. É o sentir imensurável. Só mais um pouco. Um pouquinho desse calor que teu corpo deixou. Um pouquinho mais de beijo. Toca-se o teto, com uma dança sorridente. É inocência sem experiência e com toda sapiência que se confunde com o que há de mais cafona. Sem cinema, sem ver pessoas, só o teu braço em minhas costas e o seu carinho com o meu carinho. E os cafonas continuam se querendo, se amando e sendo felizes. Somente os cafonas. Eu e você. Você para mim e eu para você. Sem longe, sem ar, sem hora, sem porta batendo, sem gritos alheios e sem mais nada que possa separar sua vida da minha.

Um comentário:

  1. Maravilhoso o seu texto baby.
    É minha vida também é uma antítese. Não sei se é bom ou ruim, sei que não viver no limite me atrapalha um pouco, rs.
    Eu perdi dois também :)
    Parabéns para nós.
    Te adoro

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